Agora a sério....
Não estive no último concerto d' ovirus....A culpa foi minha...de facto acho que já vi o filme vezes sem conta e estou cansado...Cansado de vêr projectos que morrem na praia...ou por falta de oportunidades, ou por excesso de egos a alimentar....Por outro lado a raiva, o suor, a revolta da puberdade....- o chamado rock portugues-....está velho e cansa-me....perdeu o sentido de irreverência e tornou-se áspero e frio...morreu na caixa do supermercado....o mundo já não é para ser mudado..tudo está bem assim....é tudo lindo...Portugal é lindo...A Marinha Grande está no mapa...É tudo tão , mas tão fixe, meu.....somos da Marinha...meu...tás a vêr.... é uma cena muito à frente....o que é preciso tás a vêr é um gajo ser apoiado....epá fazer um disco, ou mesmo um DVD na AMÈRICA e traze-lo para Potugal e vendê-lo tás a vêr, epá fingir que somos do mundo...epá estilo músico Pimba dos anos 80 mas versão MTV..epá se for preciso até damos um concerto para as comunidades "lá fora"..epá uma cena internacional..tás a vêr....uma cena realmente "à séria"....até podiamos cantar um música em Português, ou mesmo duas....epá como fazerm os outros.....
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Entristece-me vêr a forma com que alguns músicos tratam outros.......de costas.
De costas para o futuro....De costas para quem abre novos caminhos....De costas para quem realmente tem valor nesta terra....e quem nela vive.....
Parafraseando o filme " A PELE": "É preciso olhar devagar...para perceber as vidas que passam..."
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Duas sugestões....porque sim....:
- ALEX S 22 de Abril no Império Romano....
http://www.bbc.co.uk/radio1/dance/essentialmix/the_essential_mix_archive.shtml?20050220
- José Mário Branco
http://www.2020mm.com/ecards/JoseMarioBranco/
14 comentários:
Pareces revoltado com o que te rodeia... sentes que o mundo está perdido, que o rock português se esta a perder, estás-te a resignar com as tuas desilusões, vês o futuro negro… e ainda por cima para ajudar à tua tristeza perdeste uma grande noite no ovírus.
Um azar nunca vem só...
Pois é... este último filme já passou e tenho pena que não tenhas assistido, porque acredito que irias escrever outra coisa. E não creio que tenhas visto este filme vezes sem conta, ou se viste peço desculpa, devo andar muito distraído que tenho deixado isto passar ao lado, não creio! O concerto dos Orgasmo foi inesperado, diferente daquilo que nos tem cá chegado, quer se goste, quer não... eu gostei, penso que a maioria do pessoal também... tenho pena de não teres ido para então falarmos com certezas... A revolta da puberdade é normal da idade, tudo bem! Até nos conseguimos divertir todos juntos, os de cá e os de lá, porquê ficar em casa?
Tiago, tenho de confessar que há coisas no teu texto que me desiludem, se os musicos estão de costas voltadas, o teu texto não ajuda á convergencia. Vou tentar ser breve e directo:
-Ha tempos discutiamos que nada se fazia, agora faz-se, mesmo assim, critica-se... demasiado.
-O pessoal que está a tentar por a marinha no mapa, no plano cultural, já fez mais em 2 meses que a tua geração fez em 15 anos. Sei que não é uma questão de gerações, mas é um facto. Há amigos teus que a unica coisa que sabem fazer é ir para os eventos, cruzarem os bracinhos e cortar na casaquinha, e rir á gargalhada quando alguem faz um movimento mais arrojado no palco. Já faziam isso há 10 anos, ainda hoje o fazem. Actos em prol de alguma coisa, é ZERO. É sempre melhor ficar la no cantinho a mandar boquinhas do "fixe somos da marinha, tas a ver? faz ai mais uma, tas a ver?". Assim, torna-se dificil a união.
-Cá, nunca nada é bom, é sempre mau, horrivel, na melhor das hipóteses pode ser que atinjas um estatuto de "engraçadinho". Mas se aparecer uma cantora da Suazilândia que se dê com os gajos da banda tal,já é genial, por pior que seja.
-Em relação a quem abre portas para o futuro... para mim quem CRIA é quem abre portas. Tanto pode estar o Alex S a abrir portas como os 8 rockin'shoes! Do futuro sabes tanto como eu: nada.
Agora se só acreditas que abrir novas portas é soar a um Casio, ou a um Roland, estamos mal em termos de mente aberta...
-Quanto à tua opinião sobre o rock, é normal que estejas cansado disso, mas não concordo que esteja acabado, nem espero que acabe tão depressa. Aliás, acho que o Rock vai viajar paralelamente com todos esses sonzinhos e modas vanguardistas e vai sempre manter-se vivo enquanto as modas vêm e passam... seja em Portugal ou no Botswana. Ah, e não me lembro de o Rock ser um instrumento de mudança, ouvi dizer que as pessoas é que mudavam as coisas.
Pronto, a Marinha não presta, Portugal não presta, os musicos estão de costas, vamos pedir á Força Aérea para regar um Napalmzinho... epa mas salvem o Alex S, esse é que é bom, pelo menos aparece no site da BBC Radio, por isso deve ser. :)
Espero que não me leves a mal...
Abraço.
Caros
parece-me que há muita desilusão e revolta nas palavras do Tiago. Mas não deixa de haver uma certa razão nessas mesmas palavras. Contudo não posso concordar com elas. Se há pessoas de mente aberta (ou peito voltado) para os diversos universos musicais (neles estão incluídos os músicos) são parte daquelas que iniciaram o projecto "OVírus".
Parece-me, aliás, que estas pessoas, ao contrário de muitas do "bota-abaixo" referidas pelo Ricardo, são muito pouco preconceituosas e estão a fazer um trabalho que, até ao momento, merece os meus aplausos. Só tenho pena mesmo de não poder assistir a mais eventos.
Quanto ao efeito "estrela" de querer fazer uma cena muito internacional, caro Tiago, eu compreendo essa revolta. Já assiti a "egocentrismos" em excesso que levaram ao fim de muitos projectos musicais. Alguns bem próximos de nós.
Contudo, parece-me que a maior parte das pessoas que estão nas bandas desta nova geração são muito menos "vedetas" e acho que estão mais preocupadas com a música do que a nossa geração esteve. É mesmo esse amor tão grande à música em si - mesmo com algum desdém excessivo pelo acessório -, essa inocência, que pode levar ao fracasso dos projectos. Não é o egocentrismo.Esse foi o inimigo da nossa geração.
p.s. Ricardo, acho que estás a ser um pouco injusto. O que a actual geração está a fazer é muito válido. Realmente é um passo em frente. Mas para tal acontecer houve trabalho da anterior geração. Há 16/15 anos não havia sítios para uma pessoa ir à noite, quanto mais assistir a concertos. Até há 16/15 anos só havia grupos de baile na Marinha Grande. Até mesmo os Kim Zebra, com o seu rock de circo, contribuíram para que hoje existam bandas a fazer música original na Marinha Grande.
Mário, é óbvio que reconheço que voces abriram portas para que hoje hajam bandas a tocar. Como deves saber, eu era fã de Estado Sónico, se não tivesse essa consideração, não teria escolhido tocar 2 musicas vossas no Remarinha.
O que eu dizia, relacionava-se com organização de eventos, não vos estava a apontar o dedo a dizer que VOCES é que não faziam nada... o que me parece ingrato é criticar quem hoje o faz, por amor à camisola, quem trabalhou no espaço para o renovar com as próprias mãos, e vai tentando que esta cidade não seja tão pobre como realmente é.
Se calhar o meu discurso foi um bocado extemporâneo e exagerado, mas disse o que acho, e não mereço ser preso por isso. Se calhar nem devia ser eu a fazer este discurso, porque na prática também não fui eu que estive na organização dos eventos, no entanto não critico os que fazem, pelo contrário, apoio entusiasticamente. E outra coisa... também não estou a dizer que o Tiago está a criticar abusivamente, porque ele nem diz isso no texto, mas eu sei e ja VI pessoas que o fazem só "porque sim". Porque não têm nada para dar, então acham que é melhor tirar dos outros...
Lendo e relendo o texto do Tiago, parece-me que ha uma ideia implicita, nas entrelinhas, que gostava que me fosse confirmada ou desmentida: Parece-me que o descontentameto do Tiago provém das escolhas de concertos que houve até agora, que se resumem ao Rock. Estão se a desenvolver projectos muito interessantes noutras àreas da musica que Ovirus e o festival Set-05 ainda não premiaram com uma actuação... E eu concordo em absoluto que se devam dar espaços a outros estilos que não o Rock, porque este realmente já toda a gente conhece. Se realmente era isto que se queria trazer ao de cima, acho que a maneira que se escolheu para o dizer foi completamente desproporcionada e infeliz, pois acho que não é a anunciar a morte do Rock que se chama à atenção para a vida doutros géneros.
Cada macaco no seu galho...
...e viveram felizes para sempre. :)
Ricardo,
eu também concordo com muito do que o Tiago diz. Mas penso que foi dito de uma forma errada. Além disso generalizou.
Quanto à crítica que te fiz, eu sei que não te estavas a referir a nós (Estado Sónico). E até penso que tens razão em muitas coisas. Concordo perfeitamente com as críticas que fazes a quem passa a vida a criticar e nada faz. Aliás, no meu primeiro "post" refiro isso mesmo.
Também apoio a ideia de que é necessário diversificar mais o tipo de bandas, mas acho que o pessoal d' "Ovirus" tem todo o mérito e podem contar comigo dentro das minhas possibilidades.
Acho que já anda aqui uma confusão! Se bem percebi o Gana não se referiu ao projecto “ovírus”, ou estou enganado? Penso que aqui se falava de música e de músicos. Portanto, Ricardo, não vejo razão para o discurso de defesa do “ovírus”, ACHO que não era isso que estava em questão, de qualquer forma, se fosse, gostava de saber a tua opinião, sendo tu ou não organizador dos eventos. Já agora pondo em dúvida a questão em discussão... Penso que a programação d’ovírus em 2 meses já trouxe bastante diversidade em termos de eventos musicais e não só, não é só Rock que passa n’ovírus... Hugo Simões & Paulo Vaz, com muita guitarra clássica; Adolfo e o Rafael com o Piano e a Poesia; Orgasmo que não me soam nada a Rock; Para além dos vários/diferentes Dj’s que em pouco tempo já passaram naquele sitio, apesar de o espaço não estar/ser devidamente convidativo à presença deles, mesmo assim tem havido... Isto em 2 meses, mais para a frente irá com certeza haver mais coisas... portanto acho que não é por falta de diversidade que se faz esta discussão... De qualquer forma, acho que o pessoal está aberto a sugestões.
Em resposta à opinião do Gana em relação ao estado da música na Marinha, pouco tenho a dizer, alias nunca pensei muito a sério nisso, limito-me a curtir as noites que por aqui têm havido com concertos, gosto disso e não quero pensar muito mais nisso, não sei se é bom ou se não é. A parte dos músicos andarem de costas voltadas, sinceramente não percebi, já tentei mas não percebi.
Ahh, outra coisa... Ricardo gosto muito daquilo que fazes, tenho muito orgulho em acompanhar os teus projectos de perto. Não vejo mal nenhum em dizer-to, acho que estes egos nunca são excessivos e acho também que não há egos excessivos quando existe humildade suficiente para os digerir, faltando a humildade já falamos doutra maneira, continua com força a fazer aquilo que fazes bem e que acima de tudo gostas de fazer... Tiago, vivemos num cantinho, há quem se contente com o que ele tem para nos oferecer, isso é bom por um lado. Eu... acho que também não consigo.
Não façam do Ovirus o Imperio Romano ou o Snoobar, Ovirus nasceu para dar voz aos projectos mais pequenos e com mais dificuldade na sua divulgação. O certo é que todos os concertos dados no Ovirus tiveram sucesso.....
Não referi qualquer comentário crítico ao ovirus nas minhas palavras....
Nem sequer às excelentes pessoas que dele fazem parte.. que muito contribuem para a cultura nesta cidade..E muito menos ao concerto que (por culpa minha) não vi.
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Apenas crítiquei a actitude, que se torna tendência, como alguns músicos rock encaram a sua arte (é preciso exemplos?)...
Ou se vai para a praia e se espera que alguém decida por nós....ou se faz parte da sociedade e se tenta mudá-la por dentro (estas palavras não são minhas....ouvi-as n´ovirus.Ditas por alguém de uma outra geração a respeito dos "para quês" da cultura).
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Não podemos ocultar a fome e o desemprego estampado na primeira página do jornal local desta semana ...o problema é nosso..não é dos outros...
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A cultura é importante porque muda as pessoas. E as pessoas fazem parte da sociedade. A cultura não serve apenas para existir.Tem que ser sincera, tem que ter amor.
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Sim eu gosto de música. Sim gosto de rock. Do Rock que mostra a realidade.
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Não, não gosto do rock machista. Não, não gosto da violência nem da droga no rock...Não gosto dos Egos no Rock, nem dos vedetismos, nem dos planos de marketing..(porque vivi-os).
Ricardo: Esta música velhinha fez mudar o mundo. Firmou-se nos anos 50 como o canalizador das idéias contestatórias dos jovens, frente à insatisfação com o sistema cultural, educacional e político; nos anos 60 uniu meio milhão de jovens contra a guerra do vietnam sob o lema "Paz e Amor"; nos anos 70 assumiu o seu caracter político, por exemplo com Clash (criticando o imperialismo e o racismo);nos 80 fortaleceu o seu lado político com letras de protesto dos U2 ou com o Live AId na luta contra a fome no mundo, nos anos 90 transbordou de energia através da conquista do perdão das dívidas dos países do terceiro mundo (através de uma movimento do qual BONO faz parte.). Como vês o Rock contribui muito para mudar o mundo.
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Se não existisse Rock não haveria a música de dança em relação à qual ainda muita gente tem medo e preconceitos. Os DJs são fruto dessa corrente e confundem-se com os músicos. Um DJ não é músico (apesar de terem nomes estilo "CASIO" ;) ).
ALEX S. é um músico. Respeitem-no como tal. Ponto final. Diversidade com preconceito é tanga.
Resumindo: sou contra sectarismos desmiolados...(Um dos melhores concertos que vi na minha vida foi no Império Romano - Umpletrue)..Só gosto de Rock com actitude. Não gosto de vêr bandas na busca do efémero ou do nada. Vendidos e rendidos ao status quo.
A estética não é um Fim. A felecidade que a música transmite é muito importante para mudar o mundo.
Se por um lado gosto de José Mário Branco por outro gosto de música de dança. Gosto de contestação e de enrgia positiva. É só isso.
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Zé Fernando (SAL) : Espero sempre mais de uma pequena terra que lutou heroicamente contra o sistema chegando ao ponto de ser alvo de um relatório destinado a Adolf Hitler na sua luta contra a classe trabalhadora (18 Janeiro). O intelectualismo acéptico e aleatório não me convence. Quero mais. Não basta correr apresadamente. É preciso saber para onde se corre. E porque se corre. Se o S.O.M. é hoje uma estensão do Snoobar é porque alguém se esqueceu no caminho porque estáva a correr. É só isso...
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Amo.vos...!
Para mim tudo o que dizem faz sentido dependendo da perspectiva, e por várias razões.
Mas não vamos à procura de milho em campo de trigo...
o que a música quer de ti - faz. não se escolhe, não dá para não fazer o que não consegues deixar de fazer. É.
do resto não sei falar.
Ufa...
Finalmente os pontos nos I...
Espero que possamos discutir isto logo à noite todos juntos em amena cavaqueira... sem mal-entendidos e frente-a-frente...
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